20.6.07

Desertificação

Domingo passado, 17 de Junho, foi Dia Mundial de Combate à Desertificação, data instituída em 17 de junho de 1994, em Paris, no encerramento da Convenção Internacional de Combate à Desertificação. O Brasil é o país com a região semi-árida mais populosa do mundo. Esse fenômeno, portanto, faz jus à preocupação constante e a políticas públicas que contemplem suas especificidades.
O que deveria ser apenas mais um fenômeno da natureza, restrito a algumas áreas do planeta, é hoje uma preocupação para mais de 100 países, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Por ser um processo lento, as conseqüências dessas transformações ocasionadas pela degradação dos recursos naturais, ocorrida há tempos, só passaram a ser percebidas nos últimos anos.
A desertificação pode ser um processo natural, o que a torna difícil de ser evitada. Porém, no caso do Brasil e de outros países, as causas mais freqüentes da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado, todas relacionada à ação do homem. Não podemos desconsiderar a contribuição do aquecimento global no agravamento da situação.
Dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) apontam que a desertificação chega a ocasionar prejuízos de 300 milhões de reais por ano. A solução para reverter essa situação é recuperar as áreas degradadas. Segundo o coordenador do Programa de Nacional de Combate à Desertificação, do MMA, José Roberto Lima, isso teria um custo anual de dois bilhões de reais.
Para enfrentar esse fenômeno, as entidades que fazem parte da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) vêm apostando em estratégias de convivência com a região, tendo a agroecologia como base. “Esse é um novo modelo para produzir alimentos, gerar renda e qualidade de vida para as famílias, sem destruir a capacidade produtiva dos agrosistemas para as próximas gerações”, afirma Paulo Pedro, coordenador de programa da ONG Caatinga e integrante do Grupo de Trabalho de Combate à Desertificação (GTCD), da ASA.
Mônica Pinto / AmbienteBrasil.com.br

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